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Compliance Eleitoral e Partidário

Compliance Eleitoral e Partidário

 

O que é compliance eleitoral e partidário?

O compliance é um programa que visa ao cumprimento da lei. Ele é um conjunto de procedimentos e mecanismos interdependentes que contribuem para a efetividade do sistema de governança a fim de tornar a observância da legislação parte da cultura corporativa.

O objetivo é “prevenir, detectar e remediar condutas ilícitas existentes ou potenciais evidenciados pela análise de riscos através da estruturação de controles internos e do estabelecimento de diretrizes de fácil compreensão, que padronizem condutas éticas comportamentais a serem enraizadas na cultura organizacional aderidas por todos os membros[1]”. Em suma, a finalidade é criar ferramentas de identificação de possíveis irregularidades e consequentemente encontrar a forma mais adequada para resolver a questão.

Na esfera do sistema político-partidário o compliance representa uma medida atrativa para a recuperação de credibilidade e para a adoção de premissas democráticas no âmbito da gestão dos partidos. Segundo Brenda Quadros, o compliance eleitoral, compreende o seguinte:

O compliance no ambiente eleitoral além de conjugar os pilares básicos do programa como formulação de código de ética e conduta, diagnóstico e avaliação de riscos, canal de denúncia, treinamentos, comprometimento da alta administração, auditoria interna, transfigura-se como construção de uma campanha eleitoral em conformidade com a legislação e com o estatuto partidário, transmitindo e atestando uma conduta transparente e confiável do candidato, da assessoria de campanha e do partido político. Em maior grau, a implementação do programa de integridade no cenário d campanha eleitoral promove uma administração financeira de campanha organizada e proba, afasta representações eleitorais e repercute positivamente no eleitorado[2].

Nos tópicos seguintes, o tema será abordado com mais profundidade.

 

Como é realizado o programa de compliance?

O programa de compliance é estruturado por meio de mecanismos de integridade, como políticas, instrumentos de verificação de informações, procedimentos, diretrizes e atividades.

Para melhor realização do programa, é essencial o apoio da alta administração, uma vez que é condição indispensável e permanente para o fomento de uma cultura ética e de respeito às leis e para a aplicação efetiva do programa de integridade. A gestão de riscos também é essencial para o programa, uma vez que reduz o impacto negativo dos riscos.

 

Qual a importância do compliance eleitoral e partidário?

Os últimos anos foram marcados por uma série de acontecimentos envolvendo crises financeiras, escândalos de fraude e corrupção e ameaças cibernéticas. A sociedade passou a aspirar por maior ética e transparência na política e, consequentemente, o aperfeiçoamento da governança passou a ser exigido.

Atualmente os partidos políticos brasileiros revelam diversas lacunas de segurança, especialmente quando falamos de compliance da integridade. Observa-se, dentre outros, os seguintes problemas nas agremiações: fraudes em registros de candidaturas, com relação às regras de gênero e utilização de candidatos “laranjas”, irregularidades na distribuição e utilização de recursos públicos e descumprimento de normas relacionadas à prestação de contas.

Sendo assim, é urgente e indispensável a aplicação de um programa de compliance nos partidos políticos, considerando a função eminentemente pública dos agentes que atuam nesse meio, além do fato de sua atuação nortear a atividade democrática. Os desvios de condutas e a falta de transparência na atuação das agremiações, prejudicam o exercício efetivo dos direitos políticos constitucionais, causando danos significativos ao processo democrático.

 

Porque adotar um programa de compliance?

Conforme exposto no tópico anterior, com os acontecimentos dos últimos anos, maior ética e transparência passou a ser exigido. A sociedade passou a demandar pelo fim da corrupção e consequentemente por representantes honestos e preparados, sendo assim, o partido político que incorpora mecanismos de integridade estará atendendo ao pedido da sociedade que anseia por maior ética e transparência na política.

Isso quer dizer que além dos benefícios gerais a qualquer organização o programa de compliance no âmbito do partido político, importa vantagens adicionais por representar da maneira transparente os ideais e a visão de integridade da agremiação e de seus integrantes.

O compliance eleitoral pode servir à mitigação dos riscos partidários e à resolução adequada de boa parte dos problemas apresentados constituindo ferramenta importante para o enfrentamento de práticas de fraude e corrupção eleitorais, bem como para o estabelecimento de diretrizes éticas e de legalidade em torno do relacionamento partidário com doadores eleitorais, candidatos, fornecedores e prestadores de serviços. O programa pode representar medidas de prevenção nos seguintes pontos: relacionamento com terceiros, utilização das mídias sociais e combate a fake News, fraude na cota de gênero, transparência na prestação de contas, entre outros.

Para tanto, é imprescindível que a adoção do sistema de compliance se paute nas seguintes premissas:

1) orientação à alta gestão estratégica da cúpula partidária e da campanha dando suporte e apoio à atuação dentro dos padrões de campanha dando suporte e apoio à atuação dentro dos padrões de integridade

2) contínua avaliação e gestão de riscos eleitorais, criminais e civis

3) promoção de políticas de controle e de práticas anticorrupção nos procedimentos partidários e de campanha

4) monitoramento e correção de práticas dos agentes políticos e colaboradores de campanha

5) captação legal gestão e proteção de dados

6) pela regulamentação de condutas dos participantes do processo eleitoral

7) fomento à cultura eleitoral ética gerando maior comprometimento com a integridade e conformação à lei.

 

Diante do exposto, considera-se essencial e urgente a adoção de programas de compliance pelos partidos políticos.


[1] Costa, Daniel Castro Gomes. Partidos Políticos e Compliance. Fórum. 2ª ed.
[2] Costa, Daniel Castro Gomes. Partidos Políticos e Compliance. Fórum. 2ª ed.

 
 
 

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